Geographic Pathologies

South America

Trabalho da artista Nina Katchadourian.

Desde criança, sempre pensei nos mapas como algo “intocável”, que não poderia ser distorcido ou alterado por qualquer pessoa. Seria a visão “oficial” de algum cartógrafo, como um artista e sua obra, ou como a Casa da Moeda e suas cédulas.

Esse trabalho me causou uma sensação de transgressão muito interessante. Nunca havia pensado em brincar com as superfícies, apesar de sempre gostar de ver as formas que as fronteiras de cada estado ou país delineava.

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Dinâmicas urbanas

Um tema que, só aparentemente, foge ao que costumo colocar aqui.

“A própria cidade é construída de uma maneira peculiar, de modo que uma pessoa pode morar nela durante anos, entrar e sair dela diariamente sem ter contato com um bairro popular e nem mesmo com operários – quer dizer, contanto que a pessoa se limite aos seus próprios negócios ou a passear por puro prazer. Isto decorre principalmente das circunstâncias de que, através de um acordo tácito e inconsciente, assim como de uma intenção explícita e consciente, mantêm os bairros populares totalmente separados das partes reservadas à classe média… Nunca vi em outro lugar ocultar-se com tão fina sensibilidade tudo o que pudesse ofender os olhos e os nervos da classe média.”

Engels (aquele mesmo), analisando a cidade de Manchester. Claro, poderia muito bem ser São Paulo.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe operária na Inglaterra, São Paulo: Global, 1986

A questão envolvida neste trecho que nos interessa diretamente é a seguinte: as cidades, como outros sistemas auto-organizáveis, muitas vezes crescem “ao acaso”, sem uma política ou ordem deliberada de cima para baixo. E, ainda sim, adapta-se de acordo com uma lógica funcional.

“A cidade é complexa porque surpreende, sim, mas tambémporque tem uma personalidade coerente, uma personalidade que se auto-organiza a partir de milhões de decisões individuais, uma ordem global, construída a partir de interações locais.”

JOHNSON, Steven. Emergência: a dinâmica de rede em formigas, cérebros, cidades e softwares. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. 231 p.

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Complexidade, emergência e sistemas dinâmicos

Em breve, um post mais elaborado sobre esse tema. Seguem algumas coisas que estive lendo do Manovich.

“The new paradigm begins to emerge across a number of scientific and technical fields, eventually reaching popular culture as well. It includes a number of distinct areas, approaches, and subjects: chaos theory, complex systems, self-organization, autopoiesis, emergence, artificial life, the use of the models and metaphors borrowed from evolutionary biology (genetic algorithms, “memes”), neural networks. While distinct from each other, most of them share certain basic assumptions. They all look at complex dynamic and non-linear systems and they model the development and/or behavior of these systems as the interaction of a population of simple elements. This interaction typically leads to emergent properties – a priori unpredictable global behavior. In other words, the order that can be observed in such systems emerges spontaneously; it can’t be deduced from the properties of elements that make up the system. (…)

What is important is that having realized the limits of linear top-down models and reductionism, we are prepared to embrace a very different approach, one which looks at complexity not as a nuisance which needs to be quickly reduced to simple elements and rules, but instead as the source of life – something which is essential for a healthy existence and evolution of natural, biological, and social systems.”

MANOVICH, Lev. Abstraction and complexity. Disponível em <http://www.manovich.com>. Acessado em 10/01/2008. 2004

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Visual organization

“Visual organization is the deliberate prioritization of meaning within a visual design. It’s the process of applying the principles behind perception–how we make sense of what we see- to illuminate relationships between content and actions. Through applications of visual contrast, designers can communicate the steps required to complete a task, the relationships between information, or the hierarchy between interface elements. Since the majority of people are only able to interact with a Web application through its presentation layer, visual organization is a key component for successful interface designs. It essentially tells people how to use things. Personality, on the other hand, tends to focus on why.”

Luke Wroblewski, Senior Principal Designer,Yahoo! Inc.

WebGuild

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A Biblioteca de Babel

Ficções, de Jorge Luis Borges

Nem preciso dizer que “A Biblioteca de Babel” do Borges será “a referência” literária (em prosa) para minha dissertação. Já andei citando-o por aqui algumas vezes.

No texto, o autor apresenta uma biblioteca com um número infinito de galerias hexagonais, cujo acervo seria composto por livros de todas as naturezas e conteúdos, e que, justamente por isso, supostamente conteria todos os mistérios e segredos da humanidade.

Seguem abaixo alguns trechos (só alguns, para mais detalhes, aguarde o andar da carruagem).

“a biblioteca existe ab aeterno. Dessa verdade, cujo corolário imediato é a eternidade futuro do mundo, nenhuma mente razoável pode duvidar. O homem, o bibliotecário imperfeito, pode ser obra do acaso ou de demiurgos malévolos; o universo, com sua elegante provisão de prateleiras, de tomos enigmáticos, de incansáveis escadas para o viajante e de latrinas para o bibliotecário sentado, somente pode ser obra de um deus. Para perceber a distância que existe entre o divino e o humano, basta comparar estes rudes símbolos trêmulos que minha mão falível rabisca na capa de um livro, com as letras orgânicas do interior: pontuais, delicadas, negríssimas, inimitavelmente simétricas.” (p. 71)

“Quando se proclamou que a biblioteca abrangia todos os livros, a primeira impressão foi de extravagante felicidade. Todos os homens se sentiram senhores de um tesouro intacto e secreto. Não havia problema pessoal ou mundial cuja eloqüente solução não existisse: em algum hexágono. O universo estava justificado, o universo bruscamente usurpou as dimensões ilimitadas da esperança. (…) À desmedida esperança, sucedeu, como é natural, uma depressão excessiva. A certeza de alguma prateleira em algum hexágono encerrava livros preciosos e de que esses livros preciosos eram inacessíveis, pareceu quase intolerável.” (p. 74, 75)

“Se um viajante eterno, a atravessasse em qualquer direção, comprovaria ao cabo de séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que, repetida, seria uma ordem: a Ordem). Minha solidão se alegra com essa elegante esperança.” (p. 79)

BORGES, Jorge Luis. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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Google Knol

Algumas percepções sobre o novo produto anunciado pelo google.

“Entre os novos sites de 2008, o que promete fazer mais barulho é o Google Knol (abreviatura da palavra ‘knowledge’, que significa conhecimento em inglês). Trata-se de uma enciclopédia aberta, ou seja, em que qualquer pessoa poderá colaborar. Exatamente como a Wikipedia, mas com uma grande diferença – na Google Knol, não será possível fazer edições e contribuições de forma anônima.”

Fonte: O Estado de S. Paulo – SP – Link – 31/12/2007, por Bruno Sayeg Garattoni. “Google prepara rival para a Wikipedia”

Abaixo mais alguns trechos interessantes:

“From a product perspective, Knol is not much different than existing products like Squidoo and Hubpages. It’s a new knowledge base for authors. Anyone, eventually, will be able to write on any topic they choose. Google will provide authoring tools, store the information, allow others to comment and suggest edits, add ads with the author’s approval, and provide traffic via their search engine.

But Knol isn’t really aimed at Squidoo and Hubpages. It’s much more likely that Google is jealously eyeing the massive traffic that flows through its search engine to Wikipedia. (…)

Wikipedia, a non-profit, has stubbornly resisted any efforts to monetize its pages. Google would kill to supply ads to Wikipedia. Barring that, competing with them makes a lot of sense.

Google needs to grow revenue to support their valuation. And for that, they need ad inventory. It wasn’t surprising when Google started hosting news directly and allowing comments (that = page views). So the idea of them hosting a knowledge base shouldn’t be surprising, either. (…)

Google says that Knol pages will be indexed into their search engine but will have no special ranking. That’s a little bit untrue, since they’ll be hosted by Google and will have the advantage of Google’s hefty PageRank to lift them in search results. And since no one will be auditing Google to ensure that Knol pages are treated just like everyone else, there are bound to be claims of conflict of interest. The fact is, Google will make money from Knol, and so they’ll have a financial interest in moving people to those pages. That makes them less believable in the role of a neutral gatekeeper. (…)

Anyone writing for Knol is likely to at least peruse Wikipedia content before publishing. And if they see anything good, they are at liberty to simply lift and copy it over to Knol, and get a adsense check for their time.”

Techcrunch, por Michael Arrington

A primeira impressão que tive foi, “que droga, eles não precisavam disso.” Santa inocência, batman.

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Integração

“Se fosse escolher uma palavra para indicar a tendência da Internet em 2008, seria ‘integração’, a ênfase da parte “inter” da internet. Tanto as comunidades virtuais e redes sociais, vindo de baixo para cima, como ferramentas e conceitos como a Web 2.0, vindos de cima para baixo, tenderão a integrar as iniciativas na rede. As comunidades se interligarão e interagirão, assim como é a tendência que vemos nos equipamentos. Cada vez mais, nada é ‘exclusivo’ na rede”.
Demi Getschko, diretor do Núcleo de Informação e Coordenação do NIC.Br e pai da internet no Brasil.

Trecho da matéria do brother Felitti para o IDG.

Detalhe: aguardo com ansiedade as aulas com o Demi este semestre.

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Personalização de conteúdo e interface

Vejam a home da BBC (beta). Utiliza recursos muito interessantes de personalização de conteúdo. Algo muito parecido com o netvibes, que eu uso e gosto muito.

Minha impressão inicial é que ficou bem limpo e, principalmente, fácil de usar. Talvez seja uma aposta muito boa para portais, que precisam lidar com grande quantidade de canais e editorias que atiram para todos os lados.

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Pausa para fim de ano

Vou dar uma pausa até o início do ano que vem. Um respiro necessário, para iniciar vida nova e emprego novo com todo o gás.

Desejo a todos um excelente 2008, com muito sucesso e prosperidade.

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Balão do Google Maps em SP

Acompanhe a trajetória do balão do Google Maps sobrevoando a cidade. Bem legal, o vídeo é sincronizado com o vôo. Reparou que o balão é igual aos “pins”?

Balão do Google Maps

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