Janela de metrô

Andar de metrô é, sem dúvida, uma das melhores experiências das grandes cidades. Por outro lado, uma das coisas legais de se andar de ônibus é ver a cidade da janela.

Abaixo, uma imaginação do que seria um metrô transparente.

Metro de Madrid: “Transparente” from Shinichiro Matsuda on Vimeo.

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Conceitos básicos de visualização

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A lógica das redes

“Of course, we know that technology does not determine society. But we also know that without specific technologies some social structures could not develop. For example, the industrial society could not have emerged without electricity and the electrical engine.

Thus only under the conditions of the recent wave of information and communication technologies could networks (an old form of social organisation) address their fundamental shortcoming: their inability to manage coordination functions beyond a certain threshold of size, complexity and velocity. Only under the electronicsbased technological paradigm can networks reconfigure themselves in real time, on a global–local scale, and permeate all domains of social life. This is why we live in a network society, not in an information
society or a knowledge society.

Indeed, if by information or knowledge society we mean a society in which information is an essential source of wealth and power, I doubt there is any society in history that escapes this characterisation. If by information society we mean a society in which the technological paradigm is the dominant medium for social organisation, this is our society. But to characterise society only by its technological dimension is reductionist and implicitly deterministic. The proper identification of our society is in terms of its specific social structure: networks powered by microelectronics and softwarebased information and communication technologies.”

“Why networks matter”, prefácio de Castells em Network Logic.

obs.:  Estive de férias, por isso a ausência de movimento por aqui.

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Mapas da biblioteca digital mundial

Mapa Geral das Índias Ocidentais, Robert Wilkinson. 1796

Mapa Geral das Índias Ocidentais, Robert Wilkinson. 1796

Um Mapa Geral das Índias Ocidentais: Com atualizações dos últimos navegadores

“O Capitão Joseph Smith Speer era um marinheiro inglês que serviu 21 anos na Costa de Mosquito (Miskito), onde hoje fica a Nicarágua. Mais tarde, ele criou mapas detalhados das Índias Ocidentais com base em seu conhecimento pioneiro sobre a região. Em 1766, ele publicou O Piloto das Índias Ocidentais contendo 13 mapas, seguido por uma edição ampliada, com 26 mapas, em 1771. Um Mapa Geral das Índias Ocidentais, mostrado aqui, é um mapa grande e detalhado (71 por 117 centímetros). É baseado em um mapa anterior de 1774, “com Complementos dos mais recentes Navegadores.” Territórios ingleses, franceses, espanhóis, holandeses e dinamarqueses estão listados e codificados em cores diferentes. Os Estados Unidos, mostrados em verde, não incluem ainda a Flórida nem qualquer território a oeste do Mississipi.”

Mapa-múndi latino do final do século XVIII de Tobias Lotter

Mapa-múndi latino do final do século XVIII de Tobias Lotter. http://www.wdl.org/pt/item/7/

Mapa do mundo

“Este mapa-múndi latino do final do século XVIII de Tobias Lotter, editor de mapas de Augsburg, (1717-77) é baseado em um antigo mapa  do cartógrafo francês Guillaume de l’Isle (1675-1726). De l’Isle estava no grupo de cartógrafos franceses que suplantou a supremacia dos holandeses na elaboração de mapas no final do século XVII. De l’Isle foi uma criança prodígio, tendo elaborado seu primeiro mapa aos nove anos de idade. Ele era especializado em história e geografia, bem como nas áreas de matemática e astronomia. Ele foi bastante influenciado por cartógrafos árabes e persas clássicos além de escritores de viagem, e insistia na precisão científica em seus projetos.

mapa-múndi latino do final do século XVIII de Tobias Lotter

mapa-múndi latino do final do século XVIII de Tobias Lotter

Em 1702, dois anos após a publicação de seu primeiro atlas, ele foi eleito membro da Academia Real de Ciências e, em 1718, foi nomeado o principal geógrafo da realeza. Ainda não eram retratados na época da publicação deste mapa: a costa oeste da América do Norte, o Ártico e a costa leste da Austrália, que ficou conhecida como Nova Holanda. O mapa utiliza tinturas coloridos e bordas para demarcar as divisas entre os continentes, como as fronteiras bem definidas entre a Europa, Ásia, e o destaque na África. Além de mapear o território, o mapa de l’Isle apresenta viagens de exploração através dos oceanos Pacífico e Índico.”

Sudeste do Brasil - S. Augustus Mitchell, Filadélfia. 1860

Sudeste do Brasil - S. Augustus Mitchell, Filadélfia. 1860

Mapa do Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai; Mapa do Chile

“S. Augustus Mitchell nasceu em Connecticut em 1790 e tornou-se um professor. Ele achou inadequado para o ensino de geografia os materiais encontrados na América no início do século XIX  e após ter se mudado para Filadélfia, em 1829 ou 1830, abriu uma empresa que logo estava produzindo mapas aperfeiçoados, atlas, guias turísticos, e livros didáticos de geografia. Mitchell publicou a primeira edição do seu Novo Atlas Universal em 1846. Seu filho, S. Augustus Mitchell, Jr., assumiu a empresa por volta de 1860. Ele publicou o Novo Atlas Geral de Mitchell a partir do qual tiraram estes mapas dos cinco países Sul-Americanos. Os principais mapas foram complementados por inserções do “Porto do Rio de Janeiro,” “Porto da Bahia,” e da “Ilha de Juan Fernandez.”Este último é o maior de um conjunto de ilhas vulcânicas, esparsamente povoadas, localizadas a cerca de 670 quilômetros no Pacífico, e parte do Chile. A fronteira decorada, como neste caso de vinhedos, que rodeiam os mapas era uma característica comum de toda publicação cartográfica Americana do século 19.” Na imagem, o detalhe da região Sudeste do Brasil.

América (ou a quarta parte do Mundo). Diego Gutiérrez 1554

América (ou a quarta parte do Mundo). Diego Gutiérrez 1554

Uma Descrição moderna e bastante precisa da América (ou a quarta parte do Mundo)

“Em 1554, Diego Gutiérrez foi nomeado o principal cosmógrafo do rei da Espanha na Casa de la Contratación. A coroa incumbiu a Casa de produzir um mapa do hemisfério ocidental em larga escala, freqüentemente chamado de “a quarta parte do mundo.” O objetivo do mapa era confirmar o direito de posse da Espanha quanto aos novos territórios descobertos contra as reivindicações rivais de Portugal e da França. A Espanha reivindicou todas as terras ao sul do Trópico de Câncer, o que é notoriamente mostrado. O mapa foi estampado pelo famoso gravador antuérpio Hieronymus Cock, que acrescentou inúmeros floreados artísticos, inclusive os brasões de armas de três forças rivais, um serpenteado Rio Amazonas que atravessa a região norte da América do Sul, sereias e lendários monstros marinhos, além de um elefante, um rinoceronte e um leão, na costa ocidental da África. O nome “Califórnia” está inscrito perto da Baixa Califórnia, logo acima do Trópico de Câncer, a primeira vez que aparece em um mapa impresso. Sabe-se que existem apenas dois exemplares do mapa: este das coleções da Biblioteca do Congresso e outro da Biblioteca Britânica.”

Pequim, Kartographische Abtheilung der Königl. Preuss. Landes-Aufnahme. 1914

Pequim, Kartographische Abtheilung der Königl. Preuss. Landes-Aufnahme. 1914

Pequim

“A Força Expedicionária Alemã do Leste Asiático foi enviada para a China em 1900 pelo Imperador Wilhelm II como parte da operação das oito nações (Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia, Estados Unidos, Japão, Áustria, Itália), para reprimir a rebelião Boxer contra a influência estrangeira na China. As forças alemãs chegaram a Pequim em meados de outubro, altura em que o conflito tinha praticamente acabado. Entre o final de 1900 e o início de 1901, a equipe envolveu-se em uma série de brutais expedições punitivas designadas a acabar com a resistência Boxer no interior do país e forçar a China a assinar um tratado de paz com a Alemanha. Este mapa detalhado de Pequim elaborado pela Divisão de Cartografia da Real Sociedade de Artilharia Prussiana baseia-se em levantamentos feitos pela Força Expedicionária em 1900-01.   Artilharia Prussiana baseia-se em inquéritos realizados pela Força Expedicionária em 1900-01.”

Essa belíssima coleção faz parte da Biblioteca Digital Mundial.

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Interfaces culturais

Why do cultural interfaces – web pages, CD-ROM titles, computer games – look the way they do? Why do designers organize computer data in certain ways and not in others? Why do they employ some interface metaphors and not others?

Lev Manovich, CINEMA AS A CULTURAL INTERFACE.

Por que computadores parecem “televisões em cima de máquinas de escrever”? Por que os sistemas operacionais usam metáforas de desktop (lixeira, arquivos, pastas, documentos)?

Estamos inseridos em um contexto cultural que não nos deixa enxergar o mundo de outra maneira. Não digo que isso é ruim. É assim. (ponto).

Penso que a inovação acontece quando alguém rompe o estreito campo de visão do paradigma atual. Vejam o video abaixo:

Manovich prossegue:

Today the language of cultural interfaces is in its early stage, as was the language of cinema a hundred years ago. We don’t know what the final result will be, or even if it will ever completely stabilize. Both the printed word and cinema eventually achieved stable forms which underwent little changes for long periods of time, in part because of the material investments in their means of production and distribution. Given that computer language is implemented in software, potentially it can keep on changing forever. But there is one thing we can be sure of. We are witnessing the emergence of a new cultural code, something which will be at least as significant as the printed word and cinema before it. We must try to understand its logic while we are in the midst of its natal stage.

Interfaces – como os “siftables” – podem proporcionar futuramente o rompimento com modelos de interfaces computacionais culturalmente construídos ao longo das últimas décadas (mouses, teclados e monitores). É interessante notar também que esse rompimento não é completo: os bloquinhos resgatam bloquinhos de madeira que crianças usam para construir casas e prédios. (eu tinha isso quando criança e minha mãe comprou também para minha sobrinha de 2 anos…)

Os “siftables” me causaram uma sensação semelhante ao Wii e ao Iphone.

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Agora foi: Visualização de dados na Internet

Concluí meu mestrado na última segunda-feira, dia 02/03/2009.

Participaram da banca as professoras Lucia Leão (orientadora), a Lucia Santaella e a Rejane Spitz. Recebi excelentes comentários sobre o trabalho, alguns puxões de orelha e alguns elogios também.

(agora vem a parte mais piegas desse post. Desculpe, tenho esse direito)

Sempre haverá arestas a remover. Mas estou muito feliz por ter concluído no prazo. No começo foi bem complicado. Tinha acabado de me mudar de BH para SP. Vendi meu carro para ajudar nas mensalidades e consegui bolsa somente no último semestre. Encarei o trânsito da Rebouças para assistir umas aulas à tarde e fiquei alguns finais de semana por conta de estudar. No final, o esforço (que nem foi tão grande assim) valeu muito. Muita coisa mudou para melhor desde que decidi fazer mestrado e me mudar para SP.

Alguns agradecimentos:

Letícia: paciente e equilibrada, contribuiu muito com o texto e com afagos nos momentos mais oportunos. Aguardo a sua banca com ansiedade!

– Dalka, minha sogra: excelente revisão! A banca não localizou um erro ortográfico!

– Leila, minha mãe: não me deixou desistir quando a grana apertou. “Num instante passa, meu filho…”

RIBEIRO, Daniel Melo. Visualização de dados na Internet. 2009. 132 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

Esta pesquisa debate os novos desafios impostos pelas tecnologias da informação a partir da seguinte questão: como lidar com o excesso de informações. A busca pelas formas de favorecer o conhecimento no ciberespaço demanda investigações sobre propostas mais inteligentes de representação dessas informações. Estamos diante da necessidade de reorganização da informação no espaço digital, que, por sua vez, requer um olhar mais aprofundado sobre as práticas do design. Para traçarmos o papel do designer como projetista das interfaces do ciberespaço, retomamos a relevante contribuição dada pelo design da
informação, área de estudos que investiga a compreensão da informação por meio de representações visuais. Considerando a cartografia como a necessidade humana de realizar representações visuais de sistemas complexos de informação, a visualização se constitui, no contexto desta pesquisa, como instrumento fundamental para revelar sentidos ocultos, invisíveis numa observação restrita aos dados em si. Manovich coloca que o conceito de mapeamento também está intimamente relacionado à visualização, pois ao representar todos os dados usando o mesmo código numérico, os computadores facilitam o mapeamento de uma representação em outra. A visualização pode, então, ser concebida como um tipo de mapeamento, no qual o conjunto de dados é mapeado em uma imagem. O objetivo principal, portanto, é investigar aplicações que exploram a visualização de dados como proposta para enfrentar os desafios impostos pelo excesso de informações. Para investigar a hipótese de que a visualização de dados se constitui como manifestação relevante para a geração de conhecimento, este trabalho analisa propostas interativas de visualização de dados dinâmicos, a partir da coleta de uma amostragem significativa de aplicações disponíveis na Internet. Com uma visão geral dos tipos de visualização, foi criada uma classificação, inspirada na necessidade de se compreender os contextos e as possíveis relações simbólicas que tais aplicações possam representar aos indivíduos na Internet. Por fim, são apontados alguns caminhos futuros de pesquisa, a partir do olhar crítico sobre a informação, o design e a visualização.

Palavras-chave: ciberespaço, visualização, design da informação, mapeamento, cartografia.

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Visualização de dados na internet

One of the distinctive features of the digital medium is its capacity to establish relations between large quantities of data through filtering and processing according to different criteria. These constantly evolving, scalable relations affect both the production of meaning and a traditional understanding of aesthetics, which become subject to computational logic—the instructions given by algorithms—and a constant reconfiguration of contexts.

Cristiane Paul

A Visualização de Dados é um desses processos: ao criar uma visualização, o designer define os filtros que serão aplicados aos dados, com o objetivo de provocar um efeito estético. O interessante é perceber que esse efeito é intencional, e, portanto, político: estabelece um recorte sempre parcial de uma potencialidade presente na massa de dados.

Vou “defender” essa conversa aí na minha banca, no próximo dia 02/03. Vocês estão convidados.

RIBEIRO, Daniel Melo. Visualização de dados na Internet. 2009. 132 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

Data: 02/03/2009 (segunda-feira)
Local: PUC-SP. Rua Caio Prado, 102. Consolação. Auditório do 1º andar.
Horário: 14:00

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Dado, informação e conhecimento

“Informação” é um conceito muito utilizado, mas muito difícil de se definir. Há várias tentativas de delimitação do termo, sob diversos enfoques, seja da Comunicação, da Ciência da Informação ou da Computação. Vi o seguinte vídeo, em um post no information aesthetics:

(aliás, esses videozinhos com firulas tipográficas são legais, mas já estão começando a ficar populares demais. Por coincidência, vi alguns no Museu do Futebol neste final de semana – muito bom, por sinal, vale a visita.)

Bom, retomando o assunto. Segue abaixo a minha contribuição para a definição de “informação”. Foi a que melhor encontrei até agora.

Os conceitos de dado, informação e conhecimento freqüentemente são utilizados de forma confusa na literatura, e demandam, dessa maneira, uma definição mais precisa. O conceito de “informação” se tornou popular logo após a invenção da imprensa no século XV. A raiz do termo vem do latim formatio e forma, vocábulos que transmitem a idéia de moldar algo ou formar um molde. Wiener (1960), pesquisador conhecido por seus estudos sobre cibernética, define informação como o termo que designa o conteúdo daquilo que permutamos com o mundo exterior quando nos ajustamos a ele, e que faz com que nosso ajustamento seja nele percebido. Segundo Shannon (1949), o pai da teoria matemática da comunicação, informação é aquilo que logicamente justifica alteração ou reforço de uma representação ou estado de coisas, acrescentando algo a uma representação. As representações podem ser explícitas como num mapa ou proposição, ou implícitas como no estado de atividade orientada para um objetivo do receptor. Outros autores consideram a informação como algo que é permutado com o mundo exterior e não apenas recebido passivamente; algo que reduz a incerteza em determinada situação e se constitui como a matéria-prima da qual se extrai o conhecimento. (McGARRY, 1999)

A informação não é a extremidade no processo de construção da compreensão. Quando os dados, que por sua vez são meros registros, adquirem sentido interpretativo, eles se transformam em informação. Quando a informação é internalizada no indivíduo e compreendida a partir de experiências prévias, ela se transforma em conhecimento. Dessa forma, percebemos um fluxo crescente de interpretação entre dado, informação e conhecimento, nessa ordem.

Shedroff (1999) atualiza esses conceitos para o contexto contemporâneo das mídias eletrônicas e digitais, e defende que não podemos considerar como informação o vasto número de estímulos que bombardeiam nossos sentidos diariamente. Tais estímulos são meros dados, elementos com pouco valor para a maioria das pessoas. Os dados são produtos de pesquisa, criação, coleta ou descoberta, mas não são adequados para comunicação. Esses dados constituem o material bruto utilizado para construção dos processos comunicativos e não podem, isoladamente, compor uma mensagem completa. Para ter algum valor, os dados precisam ser organizados, transformados e a apresentados de maneira a dar e eles algum significado. Por outro lado, essa característica os torna facilmente manipuláveis pela linguagem digital.

A informação, nesse sentido, está em um nível mais apropriado para a comunicação, pois representa mensagens significantes que revelam relacionamentos e contextos para os dados apresentados. Os dados serão transformados em informação quando forem organizados em uma forma lógica, que faça sentido ao interlocutor, apresentados de uma maneira apropriada e, por fim, contextualizados. O conhecimento é a compreensão obtida pela experiência, e pode ser comunicado pela construção de interações entre indivíduos, sendo, portanto, fundamentalmente participativo.

McGARRY, Kevin. O contexto dinâmico da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

SHEDROFF, Nathan. Information interaction design: a unified field theory of design. In JACOBSON, Robert (org.). Information Design. London: MIT Press, 1999.

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Imagens nos novos meios

No ensaio “Imagens nos novos meios”, Flusser apresenta uma reflexão muito interessante sobre a evolução das imagens. Após apontar o caráter massivo das imagens televisivas, ele, ao final, prevê um futuro um pouco diferente. (o ensaio foi escrito em 1989).

Se essa mudança fosse alcançada (e em parte ela já está em curso), então o conceito “imagem” ganharia um quarto e novo significado. Entraria em jogo uma superfície incorpórea, sobre a qual, graças ao trabalho de muitos participantes, poderiam ser projetados significados. E os significados de imagem anteriores seriam “elevados” a um novo nível. A imagem, como nas condições atuais, permaneceria genericamente acessível; seria uma cópia confortável de se transportar. Ela recobraria seu potencial político, epistemológico e estético, como naquele tempo em que eram os pintores que as produziam. E talvez elas até mesmo recobrassem algo de seu caráter sagrado original. Tudo isso é tecnicamente possível hoje em dia.

O que se procura dizer aqui faz sentido não apenas para as imagens, mas também para a existência futura. Dito de modo sucinto: os novos meios, da maneira como funcionam hoje, transformam as imagens como verdadeiros modelos de comportamento e fazem dos homens meros objetos. Mas os meios podem funcionar de maneira diferente, a fim de transformar as imagens em portadoras e os homens em designers de significado.

FLUSSER, Vílem. O mundo codificado. Por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify. 2007. P. 159

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Eu gosto muito de mapas

An outdated political and physical map of the world

An outdated political and physical map of the world

Sempre gostei de mapas. Uma das coisas mais legais que tive na minha infância foi um álbum de figurinhas das bandeiras dos países, cujo verso era um imenso mapa mundi. Cada país vinha com dados sobre população, área, nome da capital e moeda. Era muito legal localizar o país no mapa, comparar com outros, tentar decorar as capitais, etc.

Outro mapa que eu achava muito legal investigar era da recém-adquirida enciclopédia mirador internacional. Havia um dos volumes, o atlas, contendo mapas físicos, políticos, populacionais etc. Eram mapas muito bonitos.

Uma das coisas que eu mais gostava de fazer era identificar estradas e caminhos que ligavam as principais cidades e cruzavam as fronteiras dos países. Particularmente me incomodava muito as fronteiras com linhas retas: não haveria montanhas ou rios nessas regiões? Quando viajava, eu sempre procurava pelas placas nas estradas “divisa da cidade X com a cidade Y”. Uau, aqui passa uma daquelas linhas. Havia um Guia 4 rodas na minha casa, muito antigo, mas também bem legal. Tinham uns ícones de posto de gasolina, restaurantes e hotéis parecidos com os do banco imobiliário.

Sempre gostei das aulas de geografia. Tenho um GPS no carro e acho muito divertido descobrir nomes de ruas e planejar rotas. E fiquei muito feliz quando, quase “sem perceber” minha pesquisa de mestrado foi direcionada para o estudo de mapas e mapeamentos.

Neste blog vocês vão encontrar diversos posts sobre esse assunto.

(Um post inspirado neste post: Mapping Maps.)

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