“Se as pessoas tiverem algum nível de autonomia para organizar e decidir seu comportamento, as mensagens enviadas pela mídia deverão interagir com seus receptores e, assim, o conceito de mídia de massa refer-se a um sistema tecnológico, não a uma forma de cultura, a cultura de massa.(…)
Porém, enfatizar a autonomia da mente humana e dos sistemas culturais individuais na finalização do significado real das mensagens recebidas não implica que os meios de comunicação sejam instituições neutras, ou que seus efeitos sejam desprezíveis. Pelo que mostram os estudos empíricos, a mídia não é uma variávei independente na indução de comportamentos. Suas mensagens, explícitas ou subliminares, são trabalhadas, processadas por indivíduos localizados em contextos sociais específicos, dessa forma modificando o efeito pretendido pela mensagem. Mas os meios de comunicação, em especial, a mídia audiovisual de nossa cultura, representa de fato o material básico dos processos de comunicação. Vivemos em um ambiente de mídia, e a maior parte dos nossos estímulos simbólicos vem dos meios de comunicação.”
O que ele está dizendo, em resumo: não somos receptores completamente passivos da informação proveniente das mídias de massa, e sim pessoas autônomas. Vivemos e um contexto e estamos sujeitos a diversas mensagens, provenientes de fontes distintas. A questão é que essas fontes são, em sua maioria, as mídias audiovisuais, com todas a sua tradição de discurso homogêneo e rasteiro.
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. Vol. 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999. P. 421.