“Na era digital, surge a ciberestética, ramo recente da disciplina, que estuda os processos de percepção e as formas de sentir ao agir em conexão com o ciberespaço. As raízes epistemológicas da disciplina estética ficam reafirmadas pelo design digital e a presença de interfaces que acoplam os órgãos sensoriais a sistemas artificiais, sendo a experiência estética determinada pelos comportamentos vividos nas conexões. O resultado desse acoplamento é que o ato estético provoca uma cibridização dos sentidos orgânicos, em pleno funcionamento, agindo incorporados à capacidade multissensorial de interfaces (chips, transistores, dispositivos hápticos, sonoros, de respiração, etiquetas de radiofreqüência, câmeras ópticas e de rastreamento, tecnologias wireless como bluetooth, GPS, entre tantos dispositivos) e de cálculos computacionais de programas que respondem à ação do corpo conectado ao ciberespaço. Dotadas da capacidade de sentir e de trocar informações num fluxo de exteriorização dos sentidos e de interiorização de informações provenientes de mundos de silício, as interfaces hibridizam cálculos computacionais e sinais elétricos com as informações enviadas pelos humanos.”
DOMINGUES, Diana. Ciberestética e a engenharia dos sentidos na software art. In ARANTES, Priscila. SANTAELLA, Lucia (orgs.). Estéticas tecnológicas: novos modos de sentir. São Paulo: Educ, 2008