Literatura cyberpunk

“De modo geral, as histórias cyberpunks estão alocadas em um futuro próximo em que é descrita uma sociedade caótica, governada por gangues de rua, corporações multinacionais e mercenários, todos residindo em megacidades, nas quais extrema pobreza e alta tecnologia usualmente coexistem. Nessa literatura, a tecnologia não é um privilégio das classes dominantes, mas, uma vez pirateada e transformada, é fundamentalmente subversiva, sempre corruptível para fins não previstos pelo poder. Ela é assim um meio de liberação por facilitar a sobrevivência física e financeira. As tecnologias cyberpunk são flexíveis, plásticas, comuns, sempre alojadas com segurança no corpo humano – wetware, software e hardware, todos ao mesmo tempo. Essa biologização da tecnologia permite ao cyberpunks conceber as tecnologias da comunicação (computadores, inteligência artificial, vida artificial, Internet, etc.) como componentes fundamentais (se não fundantes) da biosfera. (…) Os dois termos juntos, ciber e punk ‘referem-se ao casamento da subcultura high-tech com as culturas marginalizadas das ruas, ou à tecnoconsciência e à cultura que fundem tecnologia de ponta com a alteração dos sentidos, da mente e da vida presente nas subculturas boêmias.’”

SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007. P.36

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