Na última quinta-feira, assisti a uma palestra excelente no Itaú Cultural com um (artista? matemático? designer?) colombiano chamado Santiago Ortiz. Trata-se do evento Emoção Art.ficial 4.0 com o tema “emergência”, com exposição de obras digitais, simpósio e workshops.
O cara é muito bom. Apresentou de maneira muito clara, sempre com exemplos, os conceitos básicos da teoria do caos e complexidade. Ele utiliza princípios básicos da emergência em sistemas dinâmicos, tais como a a interação local entre componentes simples para gerar padrões gerais de comportamento, para construir interfaces interativas (disponíveis na internet).
O mais legal é perceber que as pesquisas em teorias da complexidade são transdiciplinares e conseguem transitar tranquilamente entre a biologia, a matemática, a física, a linguística e o design. Os exemplos trazidos na palestra, basicamente, consistiam em visualizações não-lineares de fenômenos complexos, sejam redes sociais, evolução genética de bactérias ou comportamento de partículas. O cara se apóia na visualização de dados para demonstrar todos esses fenômenos. Interessante também registrar o objetivo de construir interfaces que sejam úteis aos indivíduos para compreender melhor alguma situação complexa, e não simplesmente criar projetos experimentais.
Alguns modelos:
6pli – um sistema de visualização para o Del.icio.us
Mitozoos – modelo interativo que simula a vida artificial de criaturas criadas digitalmente. O modelo contempla evolução genética, competição por alimento, reprodução e mutação.
Automatas – um modelo bastante didático, que ilustra muito bem o comportamento de elementos dentro de um sistema dinâmico. Com apenas duas variáveis (amor x ódio), somos capazes de estabelecer regras de funcionamento de atração e repulsa mútua entre os componentes, tal como uma telenovela.